Os Aridel (que significa leão em Tamaxeque ou, se preferirem, tuareg) é uma banda original da Argélia cujo resultado é maior do que a soma das partes. Isto é, as diferentes influências de cada um dos seus quatro membros resulta num produto final sóbrio e equilibrado mas que é ao mesmo tempo uma novidade na música do deserto do Saara.
Talvez por isso o seu primeiro álbum," Rahet Bali" lançado em 2011 e no qual constam dez canções, tenha esgotado apesar da sua promoção mediática ter sido praticaente zero. Lemouima, por exemplo, onde os blues do Saara servem de almofada perfeita a duas vozes masculinas de grande contraste, tornou-se talvez o tema que eu ouvi mais vezes seguidas na minha vida. Pela emoção.
Hichem Djama, guitarrista solista do projecto, define Rahet Bali como a linha filosófica que o grupo quer para o futuro: autenticidade, modernidade e sobriedade. O som navega entre os blues tuaregues, os ritmos tradicionais e o indie pop ocidental. Tal vem das diferentes tendências de cada membro.
Se é verdade que Aridel ainda não conseguiu impôr o seu trabalho no mercado como o conseguiram outras bandas da região, como os Tinariwen ou os Etran Finatawa, é mais verdade ainda que o grupo tem vivido apenas por si. Praticamente não passa nos media e mesmo a sua presença na internet é promovida apenas pelos próprios.
Fayçal Softa toca violão tuaregue, Lamine Bachtoudji (segunda voz) escreve a maioria dos textos e também empresta sons "oud" com vários instrumentos africanos, Hamza Deramchi é responsável pelo baixo e pela sonoridade jazz do projeto.
Entre o primeiro e o segundo álbum há sete anos de diferença. Ficamos ansiosamente à espera do próximo
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